Se cada incidente é uma palavra na língua do mundo, o que o mundo estaria dizendo?
Parece que de minuto a minuto há um novo desastre sendo manchete. Estamos nos recuperando ainda de uma alteração no mundo, acontecimentos de mudança de paradigma e outro em seguida: Revoluções, terremotos, tsunamis, morte de animais em massa. Ouvimos os analistas que nos oferecem especulações e previsões do que levou a esses desastres e quais futuros desastres serão causados por esses acontecimentos, mas como podemos entender o que realmente está acontecendo?
Os kabalistas dizem que você pode conhecer a semente de algo ao examinar o fruto que dá enquanto ela cresce. A fruta de uma árvore de maçã é o efeito de uma semente de maçã. Se recuarmos e olharmos para os frutos dos acontecimentos recentes, o que descobrimos é nossa humanidade. Afinal, não é no despertar de uma devastação catastrófica, quando a terra treme e arranca nossa máscara, que nos lembramos quem realmente nós somos e vemos nossas semelhanças ocultas?
Sem a poeira da destruição encontramos a prova de que o espírito humano está iluminando nosso caminho para casa em meio à escuridão. Escutei uma história sobre um resgate de um trabalhador no Japão que puxou uma mulher de um carro e não deu somente ajuda a ela, ele deu um abraço nela. Isso estava além do senso de dever – coração tocando coração.
O propósito da vida, segundo o que entendo da sabedoria que estudo e ensino, é que cada um de nós possui internamente a Luz de Deus – não importa nossa religião, nossa raça, nossa nacionalidade, nossas afiliações políticas, nosso sistema de crença, nossa maneira de adorar. Nossa responsabilidade nesta encarnação é chegar ao local na nossa consciência em que vemos e respeitamos a Luz e damos à pessoa que a contém a dignidade e o espaço que ela merece para viver livremente.
Quando vamos parar de enganar e oprimir, odiar e encarcerar, discriminar e rotular, caluniar e humilhar, explodir e torturar aqueles que achamos que são diferentes e menores que nós?
“Tudo que existe nesse mundo tem o direito de existir. Portanto precisamos entender e tomar um enorme cuidado para que nós não encontremos defeitos em qualquer parte da Criação, dizendo que isso ou aquilo é supérfluo ou desnecessário, porque isso equivale a falar mal d’Ele que a criou.” Rav Ashlag escreveu isso em 1922, em um artigo intitulado “Paz Global”. No mesmo ano em que fundou o Kabbalah Centre.
Espero que a profunda mensagem dele inspire nossos pensamentos, palavras e ações diárias. Não vamos esperar por outra manchete de desastre para promover uma história de humanidade global.
Karen Berg
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