quarta-feira, 30 de maio de 2012

Relatório especial de Yehuda Berg


Special Report from Yehuda Berg

PAZ PARA A PALESTINA
A princípio fiquei surpreso quando recebi a ligação do escritório da Autoridade Palestina. Eu estava programado para me encontrar com o Presidente Abu Mazen muito antes, e agora eles queriam que mudássemos tudo, e que nos encontrássemos duas semanas depois. Mas quando olhei o calendário, vi que a reunião iria coincidir com Lag B’Omer – e soube que era assim que tinha que ser.

O principal texto que estudo como professor e aluno de Kabbalah é o Zohar, de autoria do Rav Shimon Bar Yochai, cujo aniversário de falecimento é em Lag B’Omer. Eu sabia que se fosse me encontrar com o Presidente Mazen naquela semana, eu teria o suporte da energia do grande Rav Shimon. (Mais sobre Lag B’Omer e o significado dos Aniversários de Falecimento em http://www.yehudaberg.com/content/omer)

Ainda assim, embora parecesse bom do ponto de vista da data, eu não estava muito certo do que deveria fazer ou dizer quando ficasse frente a frente com o Presidente. Imaginei que saberia melhor quando chegasse mais perto do dia da reunião; mas à medida que se aproximava o dia, pedi ajuda. Enviei mensagens no twitter, pedindo às pessoas que rezassem para que eu fosse um mensageiro de paz.

Na véspera do nosso encontro, rezei no túmulo do grande profeta Achiya HaShiloni. Pensei em ir a alguns dos túmulos mais populares, de kabalistas como o Rav Ashlag ou o Rav Isaac Luria (o Ari), mas fui ao do Achiya HaShiloni, porque seu túmulo está localizado no território palestino. Na verdade, é o túmulo mais próximo a Ramallah, onde minha reunião iria acontecer no dia seguinte. Acredita-se também que Rav Shimon tem o seu lugar no Jardim do Éden bem ao lado de Achiya HaShiloni. Então fui, e pedi a Achiya e ao Rav Shimon a mesma coisa que pedi aos meus amigos e a todos os estranhos durante toda a semana: “Por favor, por favor, só me façam ser um mensageiro de paz. Só isso.”

Na manhã seguinte, minha mãe Karen Berg e eu, juntamente com um pequeno número de professores e alunos do Kabbalah Centre, rumamos para Ramallah, para nos encontrarmos com o Presidente Abu Mazen. No momento em que entramos no lugar da reunião, todos nós sentimos um incrível carinho e uma abertura por parte do Presidente e de seus homens. A energia era incrível. Indescritível, na verdade.

Já me encontrei com muitos líderes políticos nos últimos anos. Geralmente, as reuniões duram aproximadamente 15 minutos. Dizemos o que tem que ser dito, tiramos uma foto e nos despedimos.

Ficamos mais de uma hora com o Presidente Mazen, só na reunião.

“Senhor Presidente, a maioria das pessoas sentam-se nessas cadeiras e lhe pedem coisas. Me dê isso, me dê aquilo, será que o senhor pode me ajudar com isso...”, disse eu. “Eu gostaria de dizer que não estou vindo aqui para tirar nada do senhor. Estou aqui para oferecer o que eu puder, espiritualmente”.

Nós dissemos a ele como nós, e todos os alunos do Kabbalah Centre, acreditamos na paz. Acreditamos não só que a paz na Terra é possível, como também que é inevitável—e que depende de nós individualmente fazer isso acontecer.

Expliquei ao Presidente Mazen que os milhões de alunos do Kabbalah Centre são embaixadores da paz. Eu lhe assegurei: “Todos os nossos alunos, nossos professores e nossos grandes mestres são soldados da paz, e estamos comprometidos a fazer o que pudermos para trazer a paz para o mundo”.

Foram tantos grandes momentos naquela reunião, que nunca vou me esquecer. Eu mencionei uma das minhas citações favoritas, de Edmund Burke, pensador político e filósofo do século XVIII na Inglaterra: “A diferença entre políticos e líderes é que líderes verdadeiros estão sempre pensando na próxima geração, enquanto políticos estão sempre pensando na próxima eleição”. Ele sorriu tão largamente, que senti que havia entendido completamente.

Em outro ponto da nossa conversa, eu disse uma coisa que fez a sala inteira ficar em silêncio. “Todos nós podemos falar sobre o quanto queremos a paz uns com os outros, Senhor Presidente, mas se primeiro não houver unidade entre seu próprio povo, não haverá paz”.

Você podia ouvir um alfinete cair, e depois de algum tempo, ele concordou.

Entregamos a ele um conjunto do Zohar,uma edição palestina especial, e eu o lembrei: “O senhor vem de uma cidade muito especial. Safed é uma cidade de kabalistas. É uma cidade onde nascem muitos daqueles, cujo propósito nessa Terra é trazer harmonia”.

Depois disso, ele me deu o maior dos abraços.

Eu gostaria de levar crédito pelo que disse na reunião com o Presidente Mazen, mas as palavras não são minhas. São do meu pai, o Rav Berg. São as palavras de Achiya HaShiloni, do Rav Shimon Bar Yochai, da minha mãe Karen Berg, do meu irmão Michael Berg, dos muitos professores e alunos do Kabbalah Centre ao redor do globo e através das eras.

No dia seguinte, o jornal Jerusalem Post noticiou nossa reunião com o Presidente Mazen e escreveu: “Quem sabe? Talvez a Kabbalah vá pavimentar o caminho para a paz”.

Talvez estejamos mais perto do que pensamos.

Tudo de bom,

Yehuda

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