sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A Natureza e Nosso Domínio da Certeza | por Michael Berg

Na porção Tetzaveh, grandes milagres foram despertados porque é dito que os israelitas despertaram uma quantidade enorme de certeza e confiança na Luz do Criador. Logo em seguida, eles se elevaram ao estado onde eles eram merecedores, aptos e capazes de receberem a Luz dos milagres e, por fim, como Rav Shimon nos diz, a Luz da redenção Final e a solução para toda escuridão, dor, e dificuldades que vivenciamos; porque é apenas uma elevação ao nível da certeza na Luz do Criador.
Há uma história que não é mencionada em detalhes no Talmud, mas que está em um livro escrito há mais de mil anos e também é citada em um outro Midrashim. É a história de uma jovem que estava indo à casa de seu pai e se perdeu. Após caminhar por todo o dia, ela ficou com sede e avistou um poço, e um balde para colher sua água. Ela desceu o poço para buscar água e, então, quando ela tentou subir após ter bebido a água, ela não conseguiu, por isso começou a gritar pedindo ajuda. Um homem passou e escutou o que parecia uma jovem pedindo ajuda de dentro do poço. Quando ele olhou dentro do poço, ele conseguiu ouvir sua voz, mas o poço era tão profundo que ele não conseguiu vê-la.
Como o homem não pôde vê-la, ele não sabia se tratava-se de um espírito ou de uma pessoa, então,  ele perguntou, “Você é uma pessoa, ou você é um espírito?”. Ela disse: “Não, eu sou um ser humano, não sou um espírito. Você não precisa se preocupar.” Sabemos que espíritos normalmente não podem mentir, então, ele disse: “Você deve jurar que é um ser humano, que você não é um espírito negativo.” Ela respondeu: “Eu juro que sou um ser humano; eu não sou um espírito. Eu não sou um espírito negativo.” Ele perguntou a ela como ela havia chegado ali e ela o disse toda a história. Ele disse: “Se eu salvar sua vida e te tirar do poço, você pode me prometer que se casará comigo?”. Ela disse que sim, então, ele a ajudou a subir.
Ela perguntou sobre ele e contou sobre sua família e sobre sua origem. Ele já queria dormir com ela, mas ela disse: “Não é correto que fiquemos juntos a menos que nos casemos primeiro”. Ele disse: “Prometa que você virá a minha casa, conhecerá meus pais, e ficaremos noivos”. E eles fizeram um pacto, uma promessa, um ao outro. O homem perguntou: “Quem irá testemunhar que fizemos este acordo?”. Havia um rato próximo a eles, então, o homem disse à mulher: “Os céus, o rato e o poço são as testemunhas de nossa promessa e compromisso um com o outro”. Eles fizeram um compromisso, um pacto, entre eles que eles se casariam e não hesitariam. A mulher e o homem foram para a casa. A mulher seguiu inabalável em sua certeza e compromisso. Pessoas queriam se casar com ela e ela respondia: “Não, eu tenho um compromisso com outra pessoa”. Sua família não entendia porque ela não se casava e eles estavam quase tentando forçá-la. Finalmente, é dito, que ela começou a agir de forma tão louca que as pessoas não queriam nem se aproximar mais.
O homem, que também se comprometeu, logo que se afastou, esqueceu-se dela e casou-se com outra mulher. Eles tiveram um filho e um rato matou seu primogênito. Eles tiveram um segundo filho, que morreu afogado em um poço. Então, a esposa disse a seu marido: “Se nossos filhos tivessem morrido de causa natural, eu diria que eram desígnio do Criador e aceitaria. Mas sabendo que nossos filhos morreram da forma que morreram, deve haver algo de errado. Deve haver algo de errado no seu passado que você não compartilhou comigo”. O homem então contou a ela toda a história com a mulher o pacto que haviam feito. Então a mulher se divorciou do homem e disse, “Vá ao seu devido lugar,” querendo dizer “vá à mulher com quem você se comprometeu.”
O homem foi à cidade onde a mulher havia dito que morava. Chegando lá, todos disseram: “Por que você está perguntando dessa senhora? Ela é louca, ninguém quer ficar perto dela.” Mas, ele foi ao seu pai e o contou toda a história. O pai disse: “Ela está louca, ninguém quer casar com ela”. Porém, o homem vai até ela, que não o reconheceu, e ela começou a ter atitudes loucas. Ele disse a ela a história de seus dois filhos que foram mortos por um rato e no poço e ela disse a ele: “Eu não desisti, eu mantive meu compromisso com você”. E quando ela entendeu que ele havia voltado, eles se casaram, tiveram filhos e enriqueceram.
A Midrash conta que, a respeito dessas duas pessoas, é dito: “Meus olhos estão naqueles que têm certeza e confiança, aqueles em quem vocês podem confiar.” O que isso significa? Primeiro de tudo, qual o segredo desta história? Quando falamos sobre certeza na Luz do Criador, precisamos acrescentar que certeza existe em nosso mundo; o rato e a poço são parte do domínio da certeza. Uma vez que esse homem e mulher vincularam seu compromisso a esse domínio, isso tem que acontecer, pois a certeza força as coisas a acontecerem. No domínio da certeza, não funciona de forma que você tem certeza e a Luz do Criador te dá um presente. Na verdade, a certeza força as coisas a acontecerem, porque esse é o domínio da existência que está no centro de tudo. Quando este homem e esta mulher se comprometeram em frente ao rato e ao poço, isso significou que se amarraram ao compromisso Se a mulher tivesse desistido do compromisso, talvez nada teria acontecido. Mas se ela manteve sua conexão com a quela certeza, então tinha que acontecer, e natureza atua contra aqueles que não vivem em certeza. Por esse motivo, o rato e o poço se posicionaram porque eles estavam dizendo ao homem: “Há alguém,” nesse caso, a mulher, “que ainda tem aquela certeza, e você está vivendo sua vida contra aquela certeza”.
O mundo só existe na certeza, e a natureza, o rato o poço, os céus, a Terra,as árvores, e tudo mais existem em conexão com o domínio da certeza. Se o indivíduo vive sua vida distante da certeza, então a natureza será contra ele. Mas uma pessoa que vive sua vida na certeza recebe o apoio de toda a natureza e de tudo neste mundo.

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