domingo, 16 de janeiro de 2011

Sintonia semanal - Escutando sua alma

Por Sua Alma

16 A 22 DE JANEIRO
  72 Nome da Semana
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57. Escutando a sua alma


Os Kabbalistas afirmam que a maioria de nós foge do que tem que realizar nesta vida, encontrando desculpas para evitar fazer o trabalho espiritual para o qual nascemos.

Os sábios revelam que quando um homem, que tenha evitado a espiritualidade, comparecer perante o Criador e lhe for perguntado por que não mudou, ele sacará da sua sacola de desculpas: “Eu estava muito ocupado tentando sobreviver”, “Fui uma boa pessoa”, “Eu não sabia que o Senhor realmente existia”.  Deus então lhe dirá: “Você tem todas as desculpas, mas não realizou nem perto do suficiente nesta vida. Agora você tem que voltar ao mundo e fazer mais”.

O que é que existe na nossa natureza humana que faz com que evitemos nos estender?  A resposta é simples: quando o trabalho espiritual parece compulsório, resistimos.  Como você reage quando alguém diz que você deve fazer alguma coisa?  As chances são de que você reaja contra aquilo.  O mesmo acontece quando dizemos a nós mesmos que “devemos fazer”.

Vamos apagar o “devemos” do nosso vocabulário.
O motivo por que fazemos trabalho espiritual é o nosso próprio beneficio.  E é importante lembrar que nossa alma encarnou por uma razão específica.  A Kabbalah ensina que o ponto principal em sermos humanos reside em nos transformar.

O grande kabbalista, o Netziv (Rav Naftali Zvi Yehuda Berlin, 1816 – 1893), esclarece esse conceito em um discurso feito a seus discípulos:

Quando eu tinha onze anos, era um aluno considerado como causa perdida.  Uma noite, escutei meus pais no quarto ao lado conversando sobre mim.  Minha mãe estava chorando e dizia a meu pai: “O que vamos fazer com nosso filho? A qualquer momento vão expulsá-lo e então o que será dele?” Ao escutá-la, pude sentir sua angústia bem precisamente, como se fosse minha.  Prometi a mim mesmo que daquele momento em  diante trabalharia à altura do meu potencial.  Mantive minha palavra e cresci e me tornei o  erudito que vocês vêem agora à sua frente.

Se eu não tivesse escutado meus pais aquele dia, teria crescido como uma pessoa boa, mas comum, já que minha natureza era aquela.  Mas imagine o que teria acontecido depois que eu tivesse deixado este mundo e chegasse ao lugar chamado “Corte Celestial”, onde eles me mostrariam tudo o que eu poderia ter realizado?

A dor que eu teria sentido! Não existe inferno maior do que ver o que poderíamos ter feito, mas deixamos de fazer.
Costumo usar esse discurso como um exemplo para mostrar que precisamos nos impulsionar, para tão longe quanto possível, a fim de sermos o melhor que pudermos ser. E não estou só me referindo às nossas situações de trabalho.  Temos um trabalho muito mais importante – a correção da nossa alma.

Sei que depois de estudar e viver a Kabbalah por algum tempo, alguns alunos caem na armadilha de se tornar religiosos: “Devo fazer isso”, “Devo fazer aquilo”.  Essa é uma ótima semana para reexaminar por que estamos estudando Kabbalah e para retornar ao contato com o desejo inicial que nos motivou a buscá-la.

Adquira o hábito de separar alguns instantes do seu dia para fechar os olhos e se perguntar “Será que me estendi além das minhas responsabilidades imediatas? Estou seguindo os passos no sentido de realizar o meu propósito neste mundo?”
Tudo de bom,
Yehuda Berg

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